sábado, 25 de outubro de 2014

O dedo na Urna - Eleições 2014

"Opinião"

Em menos de 24hs, milhões de brasileiros se posicionarão de forma individual, diante de uma cabine eleitoral com o seu dedo indicador. Dedos que se somarão e determinará quem irá governar o país pelos próximos quatro anos. Antes de tudo, escolher o melhor candidato principalmente o presidenciável nestas eleições não foi e nem está sendo uma tarefa fácil. Tanto nos debates quantos nos programas eleitorais, foram mostrados propostas de cada candidato seguido do seu partido e também foi explorada principalmente, a negatividade de cada um. Contudo, vale lembrar que a política no Brasil, antigamente poucas vezes foi coisa pública.
foto reprodução
Historicamente, grandes políticos, com a convivência de seus pares e apadrinhados buscavam o poder para uma panela só, no entanto, a vontade do povo de ser livre, foi maior, e oque entendemos por democracia veio a tona. Se fomentou as Leis da República que hoje conhecemos, mas que ainda necessita e muito ser remodelada mesmo depois de ter passado por algumas alterações entre 1995 e 2003. Leis que cegamente por décadas, permitiram que alguns partidos com seu olho gordo de poder, fecundassem o que conhecemos hoje por "corrupção" em vários setores governamentais no país. 

Nestas eleições eu vi e você viu o desfile dos candidatos a nós apresentados pelos partidos políticos. Se servem para eles (os partidos), não servem para a maioria dos cidadãos. Colocados lado a lado em debates nos permitiu perceber o despreparo e a incapacidade de responder às perguntas do povo sobre temas importantes como educação, saúde, segurança e melhoria da atual economia do país. E oque fica no ar somente é saber se: Estão preparados o suficiente para nos representarem?

Refletir bem, se possível buscar rever e analisar com mais atenção as propostas de cada um. Temos barganhas suficientes desde a ditadura para designar o representante ideal. O nosso dedo naquela tecla tem o poder de coloca-los a nossa frente, nos representando com ideologias de uma nação como todo. É nosso dever vigiar os políticos; e aceitar ser vigiado é um ato de humildade do político. E não devemos esquecer que se não representarem a contento, nós também temos o direito e o poder de tira-los e substituir por outro que seja ou demonstre ser mais honesto e competente com o nosso país.
Cícero Samuel
Opinião-MT

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mato Grosso e a eleição presidencial. O Estado líder na produção nacional de alimentos extrapolou a sua capacidade de transporte.

"Opinião"
Por JOSÉ ANTÔNIO LEMOS
FONTE: Repórter-MT
A equilibradíssima final desta eleição presidencial me fez lembrar do filme em que a escolha do presidente dos EUA ficou na dependência do voto de apenas um eleitor. 
Interpretado por Kevin Costner, um daqueles cidadãos formatados pela mídia (poderia ser chamado “midiota”?) sempre de boné, só ligado em cerveja, TV e música country, acabou virando o foco das atenções do maior país do mundo e objeto de disputa entre os 2 presidenciáveis, dispostos a mudar de última hora discursos, promessas e programas de governo para agradá-lo.
FOTO: Divulgação
Passou-me pela cabeça que este momento de nossa eleição pudesse enfim ser a vez de Mato Grosso, sempre tão desprezado nas campanhas presidenciais por seu contingente eleitoral considerado insignificante pelos marqueteiros. 

Mas nesta eleição o quadro mudou e em sua reta final a disputa é voto a voto. A vitória será por pequena margem e até os pequenos serão importantes. A diferença de votos em Mato Grosso poderá ser a diferença de votos no Brasil. Será? 

Pelo sim ou pelo não, como se pudesse fazer qualquer diferença nestas horas finais de campanha, dou asas a um surto de imaginação política e fantasio sobre o que Mato Grosso teria de mais importante a reivindicar junto aos candidatos em suas desesperadas retas finais de campanha, tipo topa tudo por um voto. Colocaria a questão da logística como o pedido mais prioritário. 

O estado líder disparado na produção nacional de alimentos e um dos maiores do mundo extrapolou faz tempo os limites de sua capacidade de transportar pessoas e cargas, não só para levar para fora sua produção física, mas também para permitir a circulação de inteligência e serviços, e para trazer o desenvolvimento. 

Esta situação insustentável coloca em risco a própria viabilidade produtiva do estado, agride o meio ambiente e, pior, provoca mortes e dolorosas sequelas em nossa gente, disseminando a insegurança e o medo ao se enfrentar qualquer uma de nossas estradas. 

A logística em Mato Grosso domina por décadas as conversas e reivindicações no estado, inclusive nas próprias correntes que disputam hoje a presidência, mas pouco avançou na prática. 

Todos compreendem que o modal rodoviário esgotou seu limite e que, além de ser melhorado, precisa ser complementado por ferrovias, aerovias e hidrovias. 

O PSDB trouxe a ferrovia dos barrancos paulistas até Alto Araguaia, seguindo o projeto da Ferronorte pelo qual os trilhos integrarão Mato Grosso e o Oeste brasileiro através de Cuiabá. 

Já o PT, após delongas, estendeu os trilhos até Rondonópolis, onde já se encontra em funcionamento o maior terminal ferroviário da América Latina. Só que seu governo resolveu parar a Ferronorte em Rondonópolis e optar por uma outra ferrovia, a FIico, de 1.200 Km ligando Lucas do Rio Verde à ferrovia Norte-Sul em Goiás, ainda sem funcionar. 

Um absurdo, já que Nova Mutum, um dos maiores produtores do agronegócio, está a apenas 460 Km de Rondonópolis, passando por Cuiabá, em ambiente antropizado, sem araguaias e himalaias a transpor. No primeiro turno o PSDB manteve o compromisso com o prosseguimento do projeto Ferronorte e o PT através de seu senador eleito promete rever suas prioridades no assunto, de acordo com seu novo mote de campanha: novo governo, novas ideias. 

Nestes poucos dias até a eleição definitiva, qual dos candidatos se comprometeria de própria boca com a passagem da ferrovia por Cuiabá e sua chegada urgente a Nova Mutum?

Nenhum é claro, afinal estas elocubrações não passam de simples devaneio. Mato Grosso para a política nacional seguirá desprezível, só servindo para bater recordes de produção e enriquecer os saldos comerciais brasileiros. 

Seu ambiente que degrade, seu produtor que perca, seu povo que morra! 

JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS
Arquiteto e urbanista, é professor universitário em Cuiabá.
joseantoniols2@gmail.com