quarta-feira, 4 de maio de 2016

Vandoni responde às criticas de Janaina Riva e diz que não usa de esquemas para camufla desvios.

"Opinião"
'Filho de peixe, peixinho é! Sé a um problema com o pai, haverá problemas também com o filhote. Se o pai roubou, 99% do filho roubar também (metaforicamente), pois cresceu aprendendo os passos dos pais. O Gabinete de Transparência de Mato Grosso, tem feito e vem fazendo um excelente trabalho. E o povo mato-grossense não deve acreditar em boatos vindos de pessoas políticas repletas de roubalheiras na família contra o Estado'.

FOTO REPRODUÇÃO DA INTERNET
RUI MATOS/Repórter


"A secretária acusa a deputada de tentar extinguir o Gabinete de Transparência, essencial para combater a corrupção em Mato Grosso"


A deputada Janaina Riva (PMDB) usou a tribuna, nesta terça-feira (03), para desferir criticas ao governo Pedro Taques (PSDB) e iniciou um “disse que disse” com a secretária do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção de Mato Grosso, Adriana Vandoni.
Durante a sessão ordinária, Janaina apresentou requerimento ao governo do Estado para que seja exposto quanto foi gasto pelo pela Caravana da Integração, liderada pelo governador entre os dias 22 e 27 de abril a países da América do Sul. O deputada também usou seu Snapchat para comentar sobre a operação do Gaeco na secretaria de Estado de Educação e o suposto esquema de pagamento de propinas a funcionários e empresários da construção civil.
Empolgada, Janaina Riva aproveitou para criticar a atuação do gabinete de combate à corrupção. Segundo ela, o Estado deixa de atender as prioridades dos municípios.
Em nota, divulgada pelas redes sociais, a secretaria do Gabinete de Transparência, Adriana Vandoni, rebateu as críticas e disse que a intenção da deputada é extinguir a pasta, essencial para combater a corrupção em Mato Grosso.


VEJA A NOTA, NA ÍNTEGRA:
Logo se vê que a deputada Riva Filha não entende nada de combate à corrupção. Até ai não é novidade alguma. O Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção não existe para esconder denúncias, muito menos para usar de leviandade e incriminar pessoas sem o devido processo investigatório.
A denúncia foi feita pela primeira vez entre os meses de junho e agosto de 2015. O Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção iniciou então o seu trabalho de tratamento da denúncia em busca de mais materialidade. Não cabe ao Gabinete fazer investigações, para isso temos as Instituições responsáveis que possuem, diferente de governos passados, dos quais o pai da deputada, confessamente, se fartou, funcionam com independência e autonomia. 
Em janeiro deste ano, através do depoimento espontâneo de um empresário, conseguimos fechar o suposto esquema. Procuramos a Delegacia Fazendária, encaminhamos a denúncia e acompanhamos o desenrolar com a distância necessária, isto é, perto a ponto de garantir o seu andamento, e distante de forma a não interferir no trabalho da Instituição. 
Esse trabalho é feito pelo Gabinete rotineiramente. Foi pra isso que o governador Pedro Taques o idealizou, dando total autonomia para que ajamos sempre em conformidade com a garantia da probidade e independência dos órgãos. 
Esse caso demonstra, a princípio, dois importantes pontos na transformação de MT: que o governo vai atuar firmemente para interromper a trágica lógica da impunidade; e que nossas instituições jamais sofrerão influência de humores ou interesses políticos na condução de seus trabalhos. 
Mas entendo a postura da deputada Riva Filha ao criticar este Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção que ela até já quis extinguir. Muitos dos processos que hoje o pai dela responde, foram expostos por mim, então o problema da deputada, além do tema não ser de seu apreço, há a questão pessoal, como disse, por ter sido eu uma das colaboradoras para que o Brasil conhecesse o mar de corrupção que existia em Mato Grosso, onde, segundo a justiça, o ministério público e a polícia, o pai dele figura como chefe. 
O Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção vai continuar seu trabalho, a deputada Riva gostando ou não, sei que não gosta, e vai continuar fiscalizando e enviando aos órgãos competentes, pedidos de abertura de investigação ou inquérito. 
Este governo tem brio e não usa de esquemas para camuflar desvios. Ele age. Para desespero daqueles, como a deputada Riva, que não gostam do combate à corrupção. 
FONTE: www.blogdoantero.com.br

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A Vida que não Vale nada, a omissão que Vale muito.

"Opinião"
"E você? Quanto vale uma vida, pra você? - Ainda que a vida de pessoas, rios, peixes e água potável não tenha preço, a grande imprensa possui outros interesses econômicos - tendo em vista, que boa parte dos proprietários da Vale, são gordos anunciantes, nos grandes grupos de comunicação - e incluso aí o Governo Federal, que costuma ameaçar quem não joga no mesmo time que ele."
Fábio Marchi

FOTO REPRODUÇÃO
Em dois dos meus textos, eu disse que é desumano comparar tragédias e expliquei, no meu ponto de vista, porque os franceses não tem culpa da adesão em massa (ainda que virtualmente), da solidariedade brasileira (razão pela qual gerou muito mimimi nas redes sociais - ainda que a França tenha enviado condolências para o Brasil, uma semana antes dos atentados, em Paris).

Nos dois textos, em muitos comentários, vi pessoas se indagando por quê a grande mídia não está dando atenção para essa tragédia, da mesma forma que os atentados em Paris estão sendo divulgados, nestes rincões tupiniquins.

Deixando de lado todo o contexto de um atentado terrorista, de um grupo maluco quepretende atacar o resto do Mundo para impor a sua fé - e que pode com isso, provocar um conflito de proporções mundais, a resposta é bem simples: 

Dinheiro, o velho e bom papel-moeda que compra sangue, silêncio e poder.

Duvida? Então vamos fazer uma breve observação: 50% da Samarco pertence à Vale, e a outra metade, pertence à anglo-australiana BHP Billiton.

Certo…mas e a Vale? Quem comanda a Vale?

A Vale é controlada pela Valepar, com 53,9% do capital votante - e o resto, é distribuído entre o Governo Federal (5,3%), BNDESpar (5,3%), investidores brasileiros (14,8%), ações na Bovespa (16,9%) e 46,2% de investidores estrangeiros.

Acontece que a Valepar, a empresa que CONTROLA a Vale também é toda fatiada: 49% das ações são dos fundos de investimentos administrados pela Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil é o maior fundo de pensão da América Latina); A Bradespar, do Bradesco, tem 17,4%; A multinacional Mitsui, um dos maiores conglomerados japoneses, possui atividades que vão de bancos à petroquímica, passando pela Sony, Yamaha e Toyota, e possui 15%; e o BNDESpar, que tem 9,5% do controle, do controle da Vale. (PS: existe ainda na conta, 0,03% da Elétron e do Opportunity - mas que é irrisório, nesse balancete).

Ficou claro? Ainda que a vida de pessoas, rios, peixes e água potável não tenha preço, a grande imprensa possui outros interesses econômicos - tendo em vista, que boa parte dos proprietários da Vale, são gordos anunciantes, nos grandes grupos de comunicação - e incluso aí o Governo Federal, que costuma ameaçar quem não joga no mesmo time que ele.

Ademais, com muita exposição na mídia, é inevitável a geração de questionamentos. E nesses questionamentos, sairão perguntas como:

- Quem faz a fiscalização dessas minas?
- Quais são os critérios dessas fiscalizações?
- Se existe tanta propina realizada dentro do Governo, quem garante que essas fiscalizações são idôneas?
- Quem valida os procedimentos de segurança, dentro dessas minas? Essas normas de segurança estão sendo REALMENTE, seguidas à risca?
- Se o Governo é responsável pela fiscalização e também é ACIONISTA da empresa, não temos aí um conflito de interesses na hora de cobrar e punir os responsáveis?
- Porque tanta quantidade de metais pesados como o mercúrio, para lavagem de minério de ferro, uma coisa que em tese, deveria ser um processo simples? É sabido que metais pesados servem para separar o ouro, de outros metais. Essa mina teria licença para extrair ouro?
- Não havia um plano de contingência, se o pior acontecesse? Ninguém previu uma catástrofe dessas? Nem se um terremoto acontecesse na região?

Enfim, são várias perguntas sem resposta - e boa parte delas, porque simplesmente eles não querem, que esses questionamentos ocorram. Não é economicamente interessante. Terroristas do ISIS não são anunciantes, então tá de boas.

Não interessa se o Rio Doce (aquele mesmo Rio Doce que foi retirado do nome oficial da Vale ), foi declarado oficialmente, morto

Não importa se pessoas e animais morreram, ou ainda, centenas de milhares de pessoas terão muitas dificuldades pela frente - inclusos aí, beber água potável.

Nenhum deles quer saber, se até mesmo o ecossistema de Abrolhos, será atingido pela lama tóxica.

Todos eles estão se lixando, se estamos diante da possível maior catástrofe ambiental no Brasil, nos últimos 100 anos.

Apenas o lucro, e bons negócios importam. E sem repercussão, não há engajamento - pelo menos, não da forma como DEVERIA ser.

O que deveríamos fazer? Atacar naquilo que todo grande canal de comunicação mais teme: AUDIÊNCIA! Boicote total, à imprensa que não divulga nada (ou divulga com desdém) uma tragédia dessas. Eles já estão sentindo o impacto da internet em sua grade de programação, há tempos (Vide Netflix, sites de conteúdo alternativos e Torrents).

Mude sua atitude, que eles mudam. Quer um exemplo? 

Lembra-se quando a imprensa chamava os manifestantes de vândalos? Lembra-se quando o apresentador Datena tomou uma surra em tempo real, quando colocou no ar uma pesquisa, cujo resultado ele teve que engolir à seco? Foi só a população se revoltar contra ESSA imprensa, que eles mudaram o discurso, rapidinho, e se posicionaram, ao lado da população - não pelo fato de que eles respeitam o povo e sua forma de pensar - mas sim - porque anunciante nenhum quer associar sua imagem ou seus produtos, em meios de comunicação mal-vistos pelo povo..e com índices de audiência,em queda livre.

Não veja seus programas. Não acesse seus sites. Mande mensagens de repúdio, para seus editores. Existe um tipo de imprensa que só cai na real, quando os números da audiência caem.

A cidade de Mariana foi coberta de lama tóxica. Jogue um pouco dessa lama, neles. O Rio Doce morreu? Você não! Mostre, que você está vivo!

A Vida para eles, não vale nada - mas para quem realmente se importa, a Vida é inestimável.

E você? Quanto vale uma vida, pra você?

===========================  - Fábio Marchi  -  =============================
Fábio Marchi é designer, fotógrafo, webdeveloper, profissional de marketing e social media, bacharel em Direito, escritor, blogueiro, político e ainda sobra um tempo para ser Diretor de Conteúdo, do Jornal MS Diário.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A inveja é uma mérde

"Opinião"
"Que culpa tem a França - ou os franceses - se eles conseguem se mobilizar de uma uma forma infinitamente maior e melhor - nas suas tragédias coletivas - que nós? Que culpa eles têm, ao desenvolver uma cultura de valorização do ser humano desde a Revolução Francesa (Liberté, Egalité, Fraternité), tão organizados e maravilhosamente iluminados, a ponto de serem considerados mundialmente, os pais da Democracia Moderna?"

"Fábio Marchi"

FOTO REPRODUÇÃO
Admitam: nós, brasileiros, falhamos na vida.
Calma, não se exaspere, sem ler todo o meu texto. Eu vou explicar:
Apesar de sermos um país “abençoado”, somos um povo invejoso. 

Não é a inveja pelo que não temos, mas pelo que não somos. E acreditem, somos tão invejosos, ao ponto de invejarmos a atenção dispensada, pela tragédia alheia - o que causa muita preocupação: pois quando o povo de um país, passa a sentir INVEJA de todo o rebuliço causado no resto do Mundo, por conta de uma tragédia acontecida emOUTRO país - é porque chegamos ao fim do poço, no quesito “vencer na vida” (na verdade, já passamos desse fim, cavando um belo buraco). 

Que culpa tem a França - ou os franceses - se eles conseguem se mobilizar de uma uma forma infinitamente maior e melhor - nas suas tragédias coletivas - que nós? Que culpa eles têm, ao desenvolver uma cultura de valorização do ser humano desde a Revolução Francesa (Liberté, Egalité, Fraternité), tão organizados e maravilhosamente iluminados, a ponto de serem considerados mundialmente, os pais da Democracia Moderna? 

Lá, quando tragédias como essa acontecem, o povo se mobiliza de verdade, pra valer - incluso aí Governo e Mídia, ambos infinitamente mais sérios e comprometidos, do que nestas bandas. E não estou falando de programas de celebridades com chamadas do tipo “O que vestir e onde ir, em tempos de ataques terroristas” ou pior, posts nas redes sociais “ironizando azhinimigas porque não morreu em Paris”. Se coisas assim acontecem por lá, em momentos como esse, pode esquecer a carreira, viu? Não são raros os casos de celebridades que fazem merda e pedem mil desculpas depois - mas podem observar em todos esses casos: lá, a carreira segue em uma espiral descendente, até o fim. Aqui, coisas banais e esdrúxulas geram mais fama e admiração, né Joelma e Chimbinha?.

E ouso dizer que o comportamento da França é semelhante, em todo país sério - coisa que o Brasil, não é. Le Brésil n'est pas un pays serieux - ironicamente, uma frase criadapor um francês.

Duvidam? Então por acaso você não achou surpreendente que os japoneses, ainda que estivessem passando por privações de comida e água, por conta do tsunami que assolou várias cidades em sua costa marítima - estavam repartindo igualmente porções de água e comida, sem estresse, sem empurra-empurra, sem caos, e sem egoísmo? Não ficou boquiaberto, ao ver que os supermercados japoneses estavam DOANDO seus estoques, e que as pessoas podiam entrar e pegar o que quisessem - e contrariando todas as nossas expectativas brasileiras, elas entravam e pegavam APENAS o que era necessário para elas, naquele momento? 

Em uma reportagem, o jornalista perguntou a uma delas, porque ela não enchia seu carrinho com compras - afinal de contas, isso seria completamente compreensível, em uma situação como aquela - e eis que recebeu, como resposta: 


- Porque outras pessoas também precisam, como eu.

Tal como aqui. Só que não.

A França não tem culpa, por não ter tido ONGs de assistencialismo como LBA (lembram da Rosane Collor?) e LBV, envolvidas com escândalos de corrupção - e que contribuíram enormemente, para que as pessoas se sentíssem desestimuladas em ajudar, nos anos seguintes.

De igual forma, não sei de um caso em que os franceses doassem roupas e alimentos - e que esses alimentos não chegassem para as pessoas que precisassem deles. Aqui, temos casos em que as doações são vendidas para o comércio, pelas próprias pessoas que as arrecadavam. Sim, roupas e alimentos DOADOS, não sendo entregues para quem precisava. Sendo VENDIDOS. VENDIDOS.

A França também não possui uma rivalidade imensa entre suas emissoras de TV, a ponto de ignorar a campanha adversária - e se possível, fazer de tudo para que na campanha dela, ela arrecade menos que a sua. De igual forma, nessas campanhas, as emissoras ou os organizadores não colocam artistas de índole duvidosa, tal como um palhaço-ator que trata mal os seus funcionários ou um jogador de futebol aposentado que nunca quis reconhecer sua própria filha (que morreu sem o carinho do pai) e nem quer saber dos netos - porque ser um EXEMPLO conta muito, quando você quer criar um símbolo crível, para essas campanhas. Quem manja dos paranauê de marketing e comunicação social, sabe que não estou falando nenhuma besteira.

Só para se ter uma noção do quanto somos diferentes, algumas horas depois dos atentados na França, o presidente pessoalmente estava lá, andando sobre escombros e conversando com as vítimas. Aqui, nossa Presidenta fez um sobrevôo de helicóptero, em Mariana. Não andou de barquinho, não colocou o pé na lama.

Lá, o Governo Francês combate com veemência as ações terroristas. Aqui, o Governo Brasileiro apóia a imigração de jihadistas - ou seja, os extremistas islâmicos que defendem matar qualquer um que seja “infiel”, pela sua “guerra santa” (onde em sua cultura, mulher não manda porcaria alguma, e jamais será Presidente de algo). Podem vir bombardear aqui, que somos o povo mais legal e acolhedor do Mundo, viu?

Quando tragédias como essa acontecem por lá, as pessoas oferecem celulares ou qualquer outro meio de comunicação, para que as pessoas possam avisar seus amigos e parentes e assim, tranquilizá-los. Aqui, mandam mensagens SMS pedindo doações em dinheiro, em contas bancárias de bandidos.

É claro, não vou dizer que o brasileiro não tenha bom coração. É claro que temos - e garanto que a maioria da nossa população, em sua imensa maioria (na verdade, a esperança é essa), tenha boa índole e se preocupe, de verdade, com as tragédias alheias, tanto aqui, como acolá.

Mas é que aqui, nós sabemos que as coisas são diferentes. Principalmente, porque alguém vai passar a perna, na sua boa fé e na sua vontade, em ajudar. 

Aqui - em tragédias similares à essa - os blocos políticos Esquerda e Direita se atacam continuamente, um querendo matar ao outro, aproveitando o caos da situação que só se agrava - enquanto lá, eles se unem para resolver o problema, que na verdade, é de todos.

Nós não acreditamos em nós mesmos. E não fazemos o menor esforço, para que isso mude. Admiramos e temos condolência com a tragédia alheia, porque no fundo, sabemos que lá, as coisas funcionam de verdade.

A desilusão é tanta que eu gostaria que você me dissesse qual é a campanha que foi colocada no ar, GRATUITAMENTE, em rede nacional, mobilizando a NAÇÃO, para a tragédia de Mariana. Hashtag #OreporMariana? Isso não alimenta ninguém, kids. Qual é a TV que fez isso? Qual é a rádio que disponibilizou UM MINUTO da sua programação divulgando contas bancárias ou números de doação, para ajudar a cidade? Vamos lá, eu sei que vocês podem! Uma só! Qual é empresa que DOOU parte da sua programação televisiva mensal, tirando sua propaganda do AR, para fazer uma campanha por Mariana? Arrá!

Entendam: não é descaso. É admissão, do nosso fracasso social.

Ainda tem dúvidas? Então vou dar dois exemplos clássicos, duas tragédias que, há décadas - atormentam a população de tal jeito - que já nos tornamos relativamente insensíveis à elas, em algum nível:

Seca no Nordeste e deslizamentos de terra, no litoral Sudeste/Sul.

Sim, elas existem, e são tragédias humanas - mas o resto do povo se importa cada vez menos, a cada ano que passa (quem recebe doações, sabe exatamente do que estou falando). 

A primeira é uma tragédia lenta, gradativa e não sensibiliza a mídia - são pessoas pobres, não são consumidores dos produtos dos anunciantes (boa parte desses locais, nem TV têm) e portanto, não merecem muito interesse pelos órgãos de comunicaçào locais - quiçá, os nacionais. A segunda, por ser uma tragédia sazonal - de época marcada - gera mídia, mas causa estresse no resto da população: afinal, se sabem que isso vai acontecer DE NOVO, porquê não fazem nada? Asifudê, então! 

E por quê não resolvem? Resposta simples: ambas são motes eleitorais e ajudam muito os políticos a se elegerem ou reelegerem-se. A promessa de uma vida melhor e diferente ainda é o melhor cabo eleitoral. Ademais, no Brasil, tragédias infinitas, sem solução, continuadas e persistentes - são uma excelente fábrica de dinheiro. Nosso dinheiro.

Sendo assim, antes de você reclamar que alguém mudou a foto do perfil nas redes sociais pelas cores da bandeira francesa ( porque as redes sociais conseguiram se mobilizar para isso, mais rapidamente do que uma votação de reality show ), dê o exemplo! Mostre que você é o brasileiro ou a brasileira, que fez a diferença!

Mostre o que você já fez pela cidade de Mariana, por exemplo. Mostre a doação que você já fez, seja em dinheiro, comida ou água. Foi lá trabalhar como voluntário(a)? Mostre o quanto você tem moral para cobrar algo, além de reclamar muito, nas redes sociais. Mostre pelo menos a petição virtual que você assinou, pedindo justiça- antes de vociferar que “a gente não liga para as nossas tragédias”.

Todos ligamos, amigos. Só não acreditamos mais, na resolução delas. 

Como mostrar para o Mundo que merecemos atenção e solidariedade para as nossas tragédias, se nós mesmos não levamos a sério, as NOSSAS tragédias? Charles de Gaulle deve estar rindo muito, no túmulo, gritando: Je savais! Je savais! Je savais! (Eu sabia! Eu Sabia! Eu sabia!)

E você ainda vai ficar de mimimi, por causa de amigos que mudaram seu avatar nas cores da França, no FEICE, através de um sistema que o próprio Facebook criou e disponibilizou, através de UM CLIQUE ??? Então convença Mark Zuckerberg para que, na nossa próxima grande tragédia brasileira, ele se comova e assim, disponibilize uma ferramenta semelhante para nós, ok? Aí sim, vai ficar tudo legal, tudo em casa! 

Afinal de contas, só assim - e só isso, um avatar - demonstraria o nosso respeito pelas nossas tragédias, né?

PS: Esse texto, é mais para quem não entendeu meu OUTRO texto, aqui. Se você entendeu, parabéns - vai ganhar um croissant! Virtual, é claro.

===========================  - Fábio Marchi  -  =============================
Fábio Marchi é designer, fotógrafo, webdeveloper, profissional de marketing e social media, bacharel em Direito, escritor, blogueiro, político e ainda sobra um tempo para ser Diretor de Conteúdo, do Jornal MS Diário.
FONTE: http://msdiario.com/

(http://msdiario.com/ver-coluna-blog/a-inveja-e-uma-merde#)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Você viu?

"Opinião"
“Pessoas tão diferentes com mentes tão parecidas.” - CRi - Cri - CRi

REPRODUÇÃO INTERNET
Operação 'raspa tacho' seguiu até o último dia do governo Silval
E a operação 'raspa tacho' não teve limites no final do governo Silval Barbosa. Conforme o Portal da Transparência, além no ex-governador ter recebido o supersalário de R$152 mil no seu último mês, o ex-secretário chefe da Casa Civil Pedro Nadaf (PMDB) recebeu R$ 62 mil, o habitual seria R$ 16,9 mil.

Jorge Lafetá (Saúde) e Cinésio Oliveira (SETPU) receberam, cada um, R$ 39.474,80. Por falar em SETPU, que voltou a ser Sinfra, o rombo na pasta é de R$630 milhões, segundo o novo secretário, Marcelo Duarte.



Ministro de Dilma coloca solução nas mãos de Deus; 'Ele é brasileiro'
O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta terça-feira (20) que é preciso contar com Deus para que haja mais chuvas e, com isso, sejam recuperados os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o que garantiria mais tranquilidade no fornecimento.

"Deus é brasileiro. Temos que contar que ele vai trazer um pouco de umidade e chuva para que possamos ter mais tranquilidade ainda", disse ele.
Na coletiva de imprensa houve queda de luz do auditório e o ministro voltou a minimizar o imimente caos energético.

"Essa intercorrência foi do escurinho do cinema". Do jeito que a coisa vai, governo petista, que nunca admite seus erros, não demora muito, vai começar a dizer que tudo não passa de sabotagem tucana. É o fim da picada.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Mato Grosso. Governo novo, vida nova? O dia 1º de janeiro é a mais luminosa das segundas-feiras

"Opinião"
Se o país fosse uma gigantesca mesa de bar, até renderia um debate interessante.
RODRIGO VARGAS 

FOTO DIVULGAÇÃO
Sabe aquelas promessas que sempre deixamos para colocar em prática numa segunda-feira? Parar de fumar, começar um regime, cortar gastos supérfluos... Quem nunca deixou para a semana que vem o que poderia começar agora mesmo? 

Neste vasto campo, o dos autoenganos ligados ao calendário, o dia 1º de janeiro é a maior e mais luminosa das segundas-feiras. O marco zero. O recomeço. A partir dela, desejamos, tudo vai ser diferente. 

Nos dias seguintes, com raras exceções, a vida lentamente retoma seu fluxo. Mais cedo ou mais tarde, chega a hora de admitir que muitas promessas (em especial, as mais trabalhosas) ficarão para depois. 

Em tempos de governo novo, o fenômeno se torna ainda mais perceptível. Nesses momentos, não são apenas aspirações individuais que entram na lista de desejos. Há também um sentimento de grupo. 

Não por acaso, é justamente no primeiro dia do ano que presidente e governadores começam seus mandatos. Não poderia haver momento melhor para reafirmar promessas e repetir bordões inflamados de campanha. É o clima propício ao ato solidário de acreditar. 

Pedro Taques tomou posse lançando expectativas ao infinito e além: probidade, eficácia nos gastos públicos, conclusão das obras da Copa e combate à violência urbana, para citar apenas alguns temas.
Pedro Taques - Governador de Mato Grosso
Com aquela conhecida veemência verbal, típica de quem já ocupou a cadeira da acusação em tribunais do Júri, o novo governador antecipou sua gestão como um divisor de águas ético, socioambiental, econômico-financeiro e político-administrativo.

Como diria Garrincha, ainda falta combinar com os russos. Nesses primeiros dias, passada a ressaca da posse, a tal de realidade surgiu com força. Não há dinheiro nem solução milagrosa à vista. 
Do que se anunciou até agora, nada de novo. Choque de gestão? Uma simples pesquisa no Google vai relevar que a mesma expressão de efeito é empregada nas posses de governadores e prefeitos ao menos desde a década de 1990. 

Demissão de dois mil comissionados? Ato relevante, mas meramente simbólico diante do impressionante vazio orçamentário deixado pelo governo anterior. Sem falar que é outra medida padrão dos novos governos, juntamente com os manjados contratos de gestão. 

Um dia, ao final de todas as auditorias, ao cabo de todos os procedimentos administrativos, ao término de todos os preparativos, um governo vai ter de surgir. E, para desencanto dos que acreditam em contos da carochinha, não será como o prometido. 

O quanto antes o governador se der conta disso e descer do palanque, melhor para ele e para todos nós. Frases de efeito não ajudam a endireitar viadutos. Maquetes de hospital nunca curaram ninguém.